A candidíase de repetição é uma fonte de imensa frustração e desconforto para muitas mulheres. Parece que, mal um tratamento com antifúngico termina, os sintomas de coceira e corrimento voltam com força total. E se a resposta não estivesse apenas em matar o fungo, mas em fortalecer o exército de defesa natural da sua flora vaginal? É exatamente essa a proposta promissora dos probióticos para candidíase.
Entendendo o campo de batalha: Cândida vs. Lactobacilos
A Candida albicans, o fungo causador da maioria dos casos de candidíase, vive naturalmente na flora vaginal em pequenas quantidades. O problema começa quando há um desequilíbrio e ela se prolifera descontroladamente. E quem são os guardiões que mantêm a Cândida sob controle? Principalmente os Lactobacilos. Essas bactérias “do bem” produzem ácido lático, que mantém o pH vaginal ácido, e outras substâncias que inibem o crescimento da Cândida. Quando os Lactobacilos diminuem (pelo uso de antibióticos, estresse, dieta rica em açúcar), a Cândida aproveita a festa.
Quais cepas de probióticos são as mais eficazes?
A pesquisa tem focado em cepas de Lactobacilos que são naturalmente dominantes na flora vaginal saudável. As mais promissoras para a candidíase são:
- Lactobacillus rhamnosus GR-1
- Lactobacillus reuteri RC-14
A combinação dessas duas cepas, administrada tanto por via oral quanto intravaginal, demonstrou em vários estudos clínicos a capacidade de colonizar a vagina, restaurar uma flora saudável e reduzir significativamente a recorrência da candidíase e da vaginose bacteriana. Elas funcionam como um reforço para suas defesas naturais.
Como usar probióticos para candidíase?
Eles podem ser usados de duas maneiras: como prevenção, para quem sofre com episódios recorrentes, e como adjuvante ao tratamento com antifúngicos, para ajudar a restaurar a flora mais rapidamente e evitar que o problema volte. O uso contínuo por via oral é a abordagem mais comum e prática. Além disso, fortalecer o sistema imunológico geral com uma microbiota intestinal saudável também é uma peça chave no quebra-cabeça.
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Referências
- Reid, G., Charbonneau, D., Erb, J., et al. (2003). Oral use of Lactobacillus rhamnosus GR-1 and L. fermentum RC-14 significantly alters the vaginal flora: randomized, placebo-controlled trial in 64 healthy women. FEMS immunology and medical microbiology, 35(2), 131–134. Disponível em PubMed.
- Xie, H. Y., Feng, D., Wei, D. M., et al. (2017). Probiotics for the prevention of recurrent vulvovaginal candidiasis: a systematic review and meta-analysis. European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology, 219, 120-128. Disponível em EJOG.
