Anamnese: resumo completo e roteiro prático

A anamnese nada mais é do que uma entrevista médica, que orientará o profissional no exame físico e no diagnóstico.
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Itens analisados em uma anamnese

Índice

A anamnese é a alma da consulta médica. É basicamente aquele papo que você tem com o paciente para descobrir o que está rolando. Mas não se engane: fazer uma anamnese boa não é só perguntar “o que você tem?” e sair anotando. Tem toda uma arte por trás! Se você tá começando agora na faculdade ou quer melhorar, bora explorar juntos como mandar bem nesse processo.


O que é anamnese, afinal?

Pra simplificar, a anamnese é uma entrevista. É quando você coleta as informações do paciente pra entender o que tá acontecendo com ele. É tipo montar um quebra-cabeça: cada peça que o paciente te dá pode te levar mais perto do diagnóstico certo.

Sabia que até 80% do diagnóstico pode vir só da conversa? Por isso, caprichar na anamnese é meio caminho andado!

O que é anamnese, afinal? Pra simplificar, a anamnese é uma entrevista. É quando você coleta as informações do paciente pra entender o que tá acontecendo com ele.

 

A estrutura da anamnese: Passo a passo

1. Comece pela identificação

Primeiro, você precisa saber quem é a pessoa. Pergunte:

  • Nome completo
  • Idade
  • Sexo
  • Estado civil
  • Profissão
  • Onde mora

Essas informações parecem simples, mas ajudam muito. Tipo, saber a profissão pode te dar uma pista (ex.: um pintor que se queixa de falta de ar pode estar exposto a tintas).


2. Queixa principal (QP)

Aqui você foca no motivo que trouxe o paciente. É importante anotar como ele fala, sem florear.

  • Exemplo: “Doutor, eu tô com dor no peito há dois dias.”
  • Registro: Dor no peito há dois dias.

Nada de fazer interpretações ou diagnósticos nessa hora. Deixe isso para depois!


3. História da Doença Atual (HDA)

Agora é a hora de esmiuçar a queixa principal. Use o método OPQRST, que é top pra organizar:

  • O (Onset): Quando começou? Foi de repente ou foi devagar?
  • P (Palliative/Provocative): O que melhora ou piora?
  • Q (Quality): Como é a dor? Em aperto, queimação?
  • R (Radiation): A dor irradia pra outro lugar?
  • S (Severity): Qual a intensidade? De 0 a 10?
  • T (Timing): É constante ou vai e volta?

Exemplo de HDA: Paciente refere dor em aperto no peito, irradiando para o braço esquerdo. Início súbito, piora ao esforço físico, melhora em repouso. Intensidade 8/10.


4. Revisão de Sistemas (RS)

Aqui você faz uma “checagem geral”. É tipo passar um pente fino em todos os sistemas pra ver se tem mais alguma coisa rolando. Vá perguntando por partes:

  • Respiratório: Falta de ar, tosse?
  • Cardiovascular: Palpitação, dor no peito?
  • Gastrointestinal: Náusea, vômito, dor abdominal?
  • Neurológico: Dor de cabeça, tontura?
  • Geniturinário: Problemas ao urinar? Alterações menstruais?

Perguntas simples, mas que podem trazer respostas valiosas.


5. Histórico Médico Pregresso (HMP)

Agora é hora de perguntar sobre o passado do paciente:

  • Teve alguma doença importante antes?
  • Já fez cirurgia ou precisou de internação?
  • Toma algum remédio regularmente?
  • Tem alergia a algo?

Exemplo de registro: Paciente com hipertensão diagnosticada há 5 anos, em uso de losartana. Sem alergias conhecidas.


6. Histórico Familiar (HF)

Não deixe de perguntar sobre a saúde da família! Isso pode te dar pistas sobre doenças hereditárias.

  • Alguém na família tem diabetes?
  • Teve infarto?
  • Alguma doença genética?

Exemplo de registro: Pai hipertenso e infartado aos 55 anos. Mãe com diabetes tipo 2.


7. Histórico Social (HS)

Agora é hora de entender como a pessoa vive, o que pode influenciar a saúde dela:

  • Trabalha com o quê? Tem riscos no trabalho?
  • Fuma ou bebe? Usa outras substâncias?
  • Faz exercício físico?
  • Como é a alimentação?

Exemplo de registro: Paciente sedentário, tabagista (10 cigarros por dia há 15 anos).


8. Perguntas específicas para mulheres (se aplicável)

Se a paciente for mulher, pergunte sobre o ciclo menstrual e histórico obstétrico:

  • A menstruação é regular?
  • Já teve gravidez ou aborto?
  • Tem sintomas como cólicas, corrimento ou dor pélvica?

Dicas pra mandar bem na anamnese

  1. Seja empático: Trate o paciente com respeito e atenção. Parece óbvio, mas faz diferença!
  2. Ouça mais, fale menos: Deixe o paciente contar a história sem interromper.
  3. Use linguagem simples: Evite termos técnicos, a não ser que o paciente entenda.
  4. Não tenha pressa: Uma anamnese malfeita pode te fazer perder tempo depois.
  5. Pratique, pratique, pratique: Quanto mais você fizer, mais fácil vai ficar.

Agora, segue um checklist para a revisão geral dos sistemas do corpo durante a anamnese:

Checklist para Revisão de Sistemas

GERAL

  • Fadiga/mal-estar
  • Febre/calafrios/sudorese noturna
  • Perda de peso/apetite
  • Pele: erupções/manchas/hematomas
  • Distúrbios do sono

CARDIOVASCULAR

  • Dor no peito/angina
  • Falta de ar (inclusive ao esforço)
  • Ortopneia (falta de ar ao deitar)
  • Dispneia paroxística noturna
  • Palpitações
  • Inchaço nos tornozelos

RESPIRATÓRIO

  • Dor no peito
  • Falta de ar/chiado no peito
  • Tosse/escarro/hemoptise (sangue no escarro)
  • Tolerância ao exercício físico

GASTROINTESTINAL

  • Apetite/perda de peso
  • Disfagia (dificuldade para engolir)
  • Náusea/vômito/hematêmese (vômito com sangue)
  • Indigestão/azia
  • Icterícia (amarelamento da pele e olhos)
  • Dor abdominal
  • Alteração nos hábitos intestinais: constipação/diarreia/descrição das fezes/presença de sangue/muco/gases

MUSCULOESQUELÉTICO

  • Dor/inchaço/rigidez – músculos/articulações/costas
  • Restrição de movimento ou função
  • Força muscular
  • Consegue lavar-se e vestir-se sem dificuldade?
  • Consegue subir e descer escadas sem problema?

GENITURINÁRIO

  • Frequência urinária/disúria (dor ao urinar)/noctúria/poliúria/oligúria
  • Hematúria (sangue na urina)
  • Incontinência/urgência urinária
  • Sintomas prostáticos
  • Impotência
  • Menstruação (se aplicável):
    • Menarca (idade de início)
    • Duração do sangramento, periodicidade
    • Menorragia (sangramento excessivo)
    • Dismenorreia (cólicas menstruais), dispareunia (dor na relação sexual)
    • Menopausa, sangramento pós-menopausa

SISTEMA NERVOSO CENTRAL

  • Dores de cabeça
  • Convulsões/desmaios/perda de consciência
  • Tontura
  • Visão – acuidade, diplopia (visão dupla)
  • Audição
  • Fraqueza muscular
  • Dormência/formigamento
  • Perda de memória/mudança de personalidade
  • Ansiedade/depressão

ENDÓCRINO

  • Alterações menstruais
  • Hirsutismo/alopecia (queda de cabelo)
  • Alterações nos caracteres sexuais secundários
  • Poliúria/polidipsia (urina em excesso/sede excessiva)
  • Quantidade de suor
  • Qualidade do cabelo

PELE

  • Erupção cutânea
  • Prurido (coceira)
  • Acne

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