O guia definitivo da Endometriose: Resumo AzonoMED

Facebook
WhatsApp
X
Entenda a endometriose a fundo. Abordamos as causas, os 4 D's dos sintomas, diagnóstico (do ultrassom à laparoscopia) e TODOS os tratamentos. O guia mais completo de 2025.

Índice

Vamos bater um papo reto sobre um assunto que afeta muita gente e é cercado de dúvidas: a endometriose. Esquece o “medicinês” complicado por um instante. Pensei em te contar sobre isso como se estivéssemos tomando um café, trocando uma ideia sincera sobre o que é essa condição, por que ela acontece e como a gente lida com ela.

O que é essa tal de endometriose, afinal?

Imagina o tecido que reveste o útero por dentro, o endométrio. Todo mês ele fica espesso, se preparando para uma possível gravidez. Se ela não rola, ele descama e sai na menstruação.

Agora, na endometriose, pedacinhos desse mesmo tecido resolvem “passear” e crescer fora do útero. E quando eu digo fora, é fora mesmo. Eles podem parar na pelve, que é o mais comum, mas também no abdômen, no tórax e até na pele ou no cérebro.

Esse tecido “viajante” pode se apresentar de algumas formas:

  • Peritoneal: Quando os implantes são só superficiais, ali no peritônio.
  • Ovariana: Quando aparecem nos ovários, podendo formar cistos chamados endometriomas.
  • Profunda: Essa é mais séria. A lesão penetra mais de 5mm, podendo atingir o espaço atrás do peritônio ou órgãos como bexiga, intestino e ligamentos do útero.
Entenda a endometriose a fundo. Abordamos as causas, os 4 D's dos sintomas, diagnóstico (do ultrassom à laparoscopia) e TODOS os tratamentos. O guia mais completo de 2025.

Mas por que isso acontece? A parte mais louca: ninguém tem 100% de certeza.

Quando um assunto tem tantas teorias, é porque nenhuma delas consegue explicar tudo sozinha. Mas a mais famosa, a que todo mundo fala, é a Teoria de Sampson. Pensa comigo: durante a menstruação, uma parte do fluxo pode fazer o caminho inverso, subindo pelas trompas e caindo na pelve. Isso é a tal da “menstruação retrógrada”.

Aí, segundo essa teoria, as células do endométrio que chegaram lá se grudam onde não deviam, se multiplicam e pronto: nasce um foco de endometriose. Só que tem um porém: a maioria das mulheres tem essa menstruação retrógrada, mas nem todas desenvolvem a doença.

É aí que entra a Teoria Imunológica, que é como a peça que faltava no quebra-cabeça de Sampson. Em uma pessoa sem endometriose, o sistema de defesa do corpo chegaria e “limparia” essas células intrusas. Nas pacientes com a doença, parece que existe uma falha nesse sistema de limpeza, que permite que as células se implantem e cresçam.

Existem outras teorias, como a que fala de uma transformação de outras células em tecido endometrial (metaplasia celômica) ou a que justifica a endometriose em cicatrizes de cirurgias, como a cesárea, por um “transporte” acidental de células.

Fatores de risco: quem está mais suscetível?

Basicamente, muitos dos fatores de risco estão ligados a uma maior exposição ao estrogênio e a ter mais ciclos menstruais durante a vida. Fatores que aumentam o risco incluem:

  • Menstruar pela primeira vez muito cedo ou entrar na menopausa tarde.
  • Nunca ter tido filhos (nuliparidade) ou ter a primeira gestação mais tarde.
  • Ter um histórico familiar da doença.
  • Fluxo menstrual intenso ou ciclos mais curtos.
  • Algumas malformações no útero ou estreitamento do colo.

Por outro lado, coisas que parecem proteger ou diminuir o risco são:

  • Ter vários filhos (multiparidade).
  • Amamentar por períodos longos.
  • Consumir ômega 3.
  • Uso de pílulas anticoncepcionais, que protegem especialmente contra o endometrioma.

Os 4 “D”s: os sintomas que acendem o alerta

O quadro clínico clássico pode ser resumido nos “4 D’s”.

  • Dismenorreia: A famosa cólica menstrual, que costuma ser progressiva, ou seja, piora com o tempo.
  • Dispareunia: Dor durante a relação sexual.
  • Dor pélvica crônica: Uma dor na região pélvica que não acontece só durante a menstruação.
  • Dificuldade para engravidar (Infertilidade): É um sintoma muito comum, presente em cerca de 40% das mulheres com a doença.

Além desses, podem aparecer alterações urinárias e intestinais, dor lombar e uma fadiga crônica. Uma característica forte é a ciclicidade: os sintomas pioram muito perto da menstruação.

Como a gente descobre? O caminho do diagnóstico

O diagnóstico começa com a suspeita clínica baseada nos sintomas. Depois, vem o exame físico. No exame ginecológico, o médico pode encontrar alguns sinais, como nódulos nos ligamentos uterossacros, dor ao toque ou um útero que está fixo e não se move muito.

Para confirmar, entram os exames de imagem:

  • Ultrassonografia: O ultrassom pélvico ou transvaginal é ótimo para detectar endometriomas no ovário. Mas para ver as lesões mais profundas, especialmente no intestino, é preciso um exame com preparo intestinal, feito por um profissional super especializado.
  • Ressonância Magnética: É um exame excelente e cada vez mais usado por não depender tanto da experiência do examinador. É considerado o padrão-ouro de imagem para diagnosticar os endometriomas.

Mas, o diagnóstico definitivo, o famoso “padrão-ouro”, é a videolaparoscopia. É um procedimento cirúrgico que permite olhar diretamente dentro da pelve e ver os implantes. Alguns especialistas defendem que só a visualização já basta, sem precisar de biópsia, já que os achados são muito confiáveis.

E o exame de sangue CA-125? Ele pode estar aumentado, mas geralmente só nos casos mais avançados, e é muito pouco específico. Por isso, não serve para diagnosticar, mas pode ser usado para acompanhar o tratamento.

E o tratamento? As opções que temos na mesa

A escolha do tratamento é super individualizada. A lógica principal do tratamento clínico é simples: se os focos de endometriose “sangram” e doem durante a menstruação, então “bloquear” ou diminuir a menstruação deve melhorar os sintomas.

  • Tratamento Clínico (Hormonal): O objetivo é induzir um estado de menos estrogênio ou de “não-menstruação”. As opções de primeira linha são os anticoncepcionais combinados e os progestágenos. Para casos mais resistentes, existem outras classes como os análogos do GnRH, que induzem um estado parecido com a menopausa.
  • Tratamento Cirúrgico: É indicado quando a dor não melhora com os remédios, quando há obstrução do intestino ou do trato urinário, ou para tratar a infertilidade. A primeira escolha é a cirurgia conservadora, feita por videolaparoscopia, que retira os focos da doença mas preserva o útero e os ovários. A cirurgia definitiva (histerectomia, com ou sem retirada dos ovários) é uma opção para casos refratários em mulheres que já têm filhos.

Uma última coisa importante é sobre o tal “cisto de chocolate”, o endometrioma. O tratamento clínico não costuma fazer ele sumir. A decisão de operar é delicada: se opera, melhora a dor, mas pode afetar a reserva de óvulos e a fertilidade. Por isso, a tendência é operar só os que são grandes (maiores que 5-6 cm) e sintomáticos.

Entenda a endometriose a fundo. Abordamos as causas, os 4 D's dos sintomas, diagnóstico (do ultrassom à laparoscopia) e TODOS os tratamentos. O guia mais completo de 2025.

Veja também:

Log In

Forgot password?

Don't have an account? Register

Forgot password?

Enter your account data and we will send you a link to reset your password.

Your password reset link appears to be invalid or expired.

Log in

Privacy Policy

Add to Collection

No Collections

Here you'll find all collections you've created before.