Resumo AzonoMED: Cardiopatias Congênitas Pediátricas

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Resumo Cardiopatias Congênitas AzonoMED

Índice

E aí, Azoner! Vamos ser sinceros: quando o tema é cardiopatias congênitas, um certo calafrio sobe pela espinha. Eu sei bem como é. Lembro das aulas na faculdade, daquela sensação de que era um universo complexo demais, quase inatingível. A gente olha para aquela lista de nomes estranhos e pensa: “Como vou decorar tudo isso?”.

A boa notícia? Você não está sozinho nessa. Esse é um dos temas mais temidos, mas também um dos que mais aparecem nas provas e, principalmente, na vida real. Acredite, até o início do século 20, o pessoal achava que não havia muito o que fazer por essas crianças. Ainda bem que o jogo virou completamente, com avanços incríveis no diagnóstico e tratamento.


ELEMENTO INTERATIVO:

Filtro de Cardiopatias Congênitas

Cardiopatias Congênitas

Comunicação Interventricular (CIV)
Comunicação Interatrial (CIA)
Canal Arterial Persistente (PCA)
Canal Atrioventricular (CAV)
Tetralogia de Fallot
Transposição das Grandes Artérias
Atresia Tricúspide
Tronco Arterioso
Anomalia de Ebstein

Então, respira fundo. A proposta aqui não é só decorar, mas entender a lógica por trás de cada condição. Vamos desmistificar as cardiopatias congênitas juntos, passo a passo. Preparado?

A base de tudo: entendendo a circulação

Antes de mergulhar nos defeitos, precisamos dar um passo atrás. Como o sangue circula antes e depois do nascimento? Parece básico, mas juro que entender isso muda tudo.

Como funciona no feto

Pensa comigo: dentro da barriga, o pulmão não está respirando, certo? Ele está cheio de líquido. Por isso, a resistência lá dentro é altíssima. O sangue não tem por que passar por um lugar que não está funcionando. A grande estrela da oxigenação fetal é a placenta.

Para desviar o sangue dos pulmões, o corpo do feto tem uns “atalhos” geniais, os famosos shunts. São eles:

  • Forame oval: Uma portinha entre o átrio direito e o esquerdo.
  • Ducto arterial: Uma ponte que liga o tronco pulmonar diretamente à aorta.

Assim, o sangue passa batido pelos pulmões e vai direto para a circulação sistêmica, chegando onde precisa.

A mágica do nascimento

E então, o bebê nasce. O primeiro choro. Nesse momento, duas coisas épicas acontecem:

  1. Os pulmões se expandem, o líquido é absorvido e a resistência vascular pulmonar despenca.
  2. O cordão umbilical é clampeado, e a pressão sistêmica do recém-nascido sobe de uma vez.

Essa mudança de pressão, junto com o aumento do oxigênio e a queda das prostaglandinas (que a placenta produzia), faz com que aqueles atalhos (o forame oval e o ducto arterial) comecem a se fechar. Pronto. A circulação de “gente grande” está instaurada.

As grandes síndromes clínicas das cardiopatias congênitas

Ok, a base está sólida. Agora vamos para a clínica. Uma alteração na estrutura do coração pode se manifestar de algumas formas bem características. Se você dominar esses quadros, já tem meio caminho andado para o diagnóstico.

Insuficiência cardíaca pediátrica, um olhar atento

A principal causa de Insuficiência Cardíaca (IC) na pediatria? Acertou: cardiopatias congênitas.

Mas esqueça um pouco o quadro do adulto. Na criança, especialmente no lactente, os sinais são mais sutis. Fique de olho nisso aqui:

  • Cansaço para mamar: Esse é clássico. O bebê mama um pouco, para, chora, parece exausto. A mamada é o “exercício” dele.
  • Taquidispneia e sudorese: Ele fica ofegante e sua muito, principalmente na cabeça, durante o esforço (mamar, chorar).
  • Dificuldade de ganhar peso: Se ele não consegue mamar direito, o déficit pôndero-estatural é uma consequência direta.
  • Irritabilidade e taquicardia.

Vamos a uma análise… Se o problema é uma obstrução do lado esquerdo, vai chegar pouco sangue na periferia. O que teremos? Sinais de má perfusão, choque. Se a obstrução é do lado direito, pouco sangue chega aos pulmões. O que teremos? Cianose, hipóxia. Faz sentido, não faz?

As temidas crises de hipóxia nas cardiopatias congênitas

Isso aqui despenca em prova e você precisa saber. A crise de hipóxia, ou crise cianótica, é um evento agudo e dramático. Ela acontece classicamente em duas situações:

  1. Na Tetralogia de Fallot: Aqui, existe uma estenose na via de saída do ventrículo direito. Situações como choro, febre ou desidratação podem causar um espasmo ali, fechando ainda mais a passagem de sangue para o pulmão. A criança fica agitada, a cianose piora subitamente e ela pode até perder a consciência.
    • Dica de ouro: O que fazer? Chame os B.O.P.E.S.! Essa é uma daquelas dicas exclusivas que salvam vidas (e questões).
      • Betabloqueador
      • Oxigênio
      • Posição genupeitoral (de cócoras)
      • Expansão com cristaloide
      • Sedativo (Morfina)
  2. Em cardiopatias dependentes do canal arterial: Algumas anomalias são tão graves que a vida do bebê depende daquela “ponte” (o canal arterial) aberta para que o sangue chegue aos pulmões. Quando o canal começa a fechar, o paciente descompensa gravemente. O tratamento aqui é manter o canal aberto com Prostaglandina E1 até a cirurgia.

Mergulhando de cabeça nas principais cardiopatias congênitas

Chegou a hora. Vamos encarar as patologias mais famosas. O segredo é focar no quadro clínico de cada uma, é isso que as questões vão te cobrar.

As acianogênicas que mais aparecem

Lembre-se: acianogênicas são aquelas em que o shunt é esquerdo-direito, jogando mais sangue para o pulmão (hiperfluxo pulmonar).

  • Comunicação Interventricular (CIV): A mais comum de todas! É um buraco no septo entre os ventrículos. O sangue passa do ventrículo esquerdo (mais forte) para o direito, inundando o pulmão.
    • Clínica: Em defeitos pequenos, pode ser assintomática. Nos maiores, é a cara da IC que vimos lá em cima, geralmente aparecendo pelos 2-3 meses de vida. É a cardiopatia que mais se manifesta com IC! Pneumonia de repetição também é uma marca registrada.
    • Ausculta: Sopro holossistólico.
  • Comunicação Interatrial (CIA): Um defeito no septo entre os átrios. Muitos pacientes são assintomáticos por anos!
    • Ausculta: Aqui está o pulo do gato, a frase que você precisa tatuar na alma: desdobramento fixo da segunda bulha (B2). É patognomônico!
  • Persistência do Canal Arterial (PCA): Aquela ponte entre a aorta e a artéria pulmonar não fechou. Muito comum em prematuros e na rubéola congênita.
    • Clínica: O que você NÃO PODE esquecer? Pulsos amplos, “em martelo d’água”, e pressão arterial divergente.
    • Ausculta: Outro som clássico: sopro contínuo “em maquinaria”.

Agora, as cianogênicas que você precisa dominar

Aqui o shunt é direito-esquerdo. O sangue não oxigenado vai para o corpo.

  • Tetralogia de Fallot (T4F): A cianogênica mais comum. São 4 alterações, lembra da dica? “Hoje Estudei Demais CIV” (Hipertrofia de VD, Estenose pulmonar, Dextroposição da aorta, CIV).
    • Clínica: As famosas crises de cianose (que já vimos como manejar com os B.O.P.E.S.).
    • Raio-X: A imagem clássica de coração em “forma de bota” ou “tamanco holandês”.
  • Transposição das Grandes Artérias (TGA): Aqui a anatomia está invertida: a aorta sai do ventrículo direito e a pulmonar, do esquerdo. São duas circulações em paralelo, incompatíveis com a vida a menos que haja uma comunicação (uma CIV ou o canal arterial pérvio).
    • Clínica: Um recém-nascido que parece bem ao nascer e, com o fechamento do canal, evolui rapidamente para cianose grave, IC e choque.
    • Raio-X: A imagem do coração em “formato de ovo deitado”.

O que você NÃO PODE esquecer sobre cardiopatias congênitas

Ufa. Foi uma jornada e tanto, eu sei. Não precisa absorver tudo de uma vez. Salve este post e volte aqui sempre que precisar. Para fechar com chave de ouro, fiz um mapa mental rápido com o essencial de cada uma. Pense nisso como o seu “cheat sheet” de Azoner.

CardiopatiaO que eu não posso esquecer?
CIVÉ a mais frequente de todas. Pense em sinais de IC que aparecem por volta dos 2-3 meses.
CIADesdobramento fixo de B2. Geralmente, o paciente é assintomático por muito tempo.
PCASopro em maquinaria. Pulsos em “martelo d’água” e PA divergente são a chave.
T4FA cianogênica mais comum. Lembre da composição (CIV, cavalgamento de aorta, estenose pulmonar, hipertrofia de VD) e do Raio-X em forma de bota/tamanco holandês.
TGAAquele bebê que nasce bem e piora drasticamente nos primeiros dias de vida (IC, choque). O Raio-X mostra um coração ovalado, como um ovo deitado.

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Com isso em mente, você já está muito à frente. Continue focado, essa dedicação vai valer a pena. Estamos juntos nessa jornada!

Veja também:

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