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Sepse neonatal: do básico ao avançado

A sepse neonatal é uma condição crítica que afeta recém-nascidos nos primeiros dias de vida, representando uma grande preocupação para profissionais de saúde e pais. Neste post do Azono Med, abordaremos em detalhes o que é a sepse neonatal, seus fatores de risco, formas de diagnóstico e tratamento, com base nas últimas atualizações e práticas clínicas.
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Sepse Neonatal: do básico ao avançado - tratamento e condutas

Índice

A sepse neonatal é uma condição muito grave que afeta recém-nascidos nos primeiros dias de vida, representando uma grande preocupação para os médicos e pais.

O que é Sepse Neonatal?

A sepse neonatal é basicamente como uma infecção sistêmica que ocorre em recém-nascidos nos primeiros 28 dias de vida, podendo se manifestar por sinais clínicos inespecíficos de infecção ou por meio de hemocultura positiva. A condição é causada pela imaturidade do sistema imunológico dos neonatos, que está em desenvolvimento durante esse período.

Essa infecção está relacionada a um aumento do risco em bebês com prematuridade ou baixo peso ao nascer, sendo que quanto mais prematuro for o bebê, maior é o risco de sepse neonatal. A falta de vacinação e o pouco contato com agentes infecciosos durante esse período também são fatores que contribuem para essa vulnerabilidade.

Nos últimos anos, a incidência de sepse neonatal tem diminuído, em grande parte devido a avanços na profilaxia intraparto, como o uso de antibióticos em gestantes com fatores de risco, como tempo de ruptura da bolsa amniótica superior a 18 horas ou colonização por estreptococo do grupo B.

Veja esse post especial do AzonoMED sobre Psoríase.

Tipos de Sepse Neonatal

A sepse neonatal pode ser classificada de acordo com o tempo de início dos sintomas e com a origem da infecção:

Sepse Neonatal Precoce

Essa forma de sepse ocorre quando os sintomas se manifestam nas primeiras 48 horas de vida, embora algumas referências possam estender esse período para até 7 dias. A sepse neonatal precoce tem origem materna e pode ser transmitida ao bebê por via ascendente (através do trato genital), placentária ou durante o parto. Fatores de risco incluem:

  • Febre materna nas últimas 48 horas de gestação.
  • Ruptura prematura de membranas (superior a 18 horas).
  • Colonização materna pelo estreptococo do grupo B.
  • Infecções maternas como corioamnionite.
  • Trabalho de parto prematuro (antes de 37 semanas).

Sepse Neonatal Tardia

A sepse tardia ocorre após as primeiras 48 horas de vida e geralmente está associada à hospitalização, sendo frequente em recém-nascidos com baixo peso ou prematuros. A origem pode ser hospitalar, ou seja, devido à microbiota hospitalar, especialmente em bebês que sofreram invasões, como o uso de cateteres centrais ou ventilação mecânica. Fatores de risco incluem:

  • Procedimentos invasivos como intubação, sondagem vesical ou nutrição parenteral total (NPT).
  • Uso prolongado de antibióticos ou exposição a ambientes hospitalares.
  • Infecção nosocomial.

Diagnóstico

O diagnóstico da sepse neonatal envolve um processo cuidadoso de avaliação clínica e laboratorial. Embora o quadro clínico seja essencial, as manifestações de sepse podem ser inespecíficas, o que torna o diagnóstico desafiador. Sintomas comuns incluem:

  • Instabilidade térmica: febre ou hipotermia.
  • Alterações respiratórias: taquipneia, desconforto respiratório, apneia.
  • Intolerância alimentar: dificuldade de alimentação, vômitos, recusa ao leite.
  • Instabilidade hemodinâmica: pressão arterial baixa, sinais de choque.
  • Sintomas neurológicos: como cianose, convulsões, tremores, hipoatividade, hipotonia.

Exames Complementares

Além da avaliação clínica, a confirmação do diagnóstico requer a realização de exames laboratoriais. A hemocultura é o exame padrão ouro, fundamental para a confirmação da sepse. Outros exames podem incluir:

  • Hemograma com a utilização de scores como o score de Rodwell, que ajuda a avaliar a probabilidade de sepse.
  • Proteína C-reativa (PCR): marcador inflamatório.
  • Líquor: especialmente se houver suspeita de meningite.
  • Raio X de tórax: indicado quando há alterações no padrão respiratório.
  • Urocultura: indicada em casos de sepse neonatal tardia ou em neonatos com malformações do trato urinário diagnosticadas precocemente.

Exames adicionais, como citocinas e procalcitonina, também podem ser utilizados, mas não são amplamente disponíveis em todas as unidades de saúde. A coleta de culturas adicionais pode ser indicada se um foco específico for identificado, como artrite séptica ou infecção de um outro órgão.

O hemograma com a utilização de scores como o score de Rodwell, ajudam a avaliar a probabilidade de sepse neonatal.

Tratamento

O tratamento da sepse neonatal é urgente e envolve antibióticoterapia empírica, ou seja, o início de antibióticos antes da confirmação do agente etiológico, seguido de suporte clínico. As principais medidas incluem:

  • Antibióticos: O tratamento inicial depende da classificação da sepse (precoce ou tardia) e dos agentes etiológicos mais comuns. Para a sepse neonatal precoce, o tratamento empírico geralmente envolve penicilina ou ampicilina combinados com aminoglicosídeos (como a gentamicina).
  • Suporte clínico: Inclui suporte nutricional, hemodinâmico (se necessário), ventilatório (com oxigenoterapia ou ventilação mecânica) e tratamento de distúrbios eletrolíticos e ácido-base.

Em casos de meningite neonatal, por exemplo, onde a infecção afeta o sistema nervoso central, as cefalosporinas de terceira geração (como cefotaxima) são preferidas em vez de penicilinas, devido à melhor penetração no sistema nervoso central.

Sepse Neonatal Tardia

O tratamento da sepse neonatal tardia varia conforme a origem da infecção. Se a sepse for nosocomial, é essencial tratar com antibióticos que cubram as bactérias hospitalares, como estafilococos coagulase-negativos, Staphylococcus aureus, Enterococos e até pseudomonas.

Para sepse tardia de origem comunitária (ou seja, quando a infecção é adquirida da mãe), o tratamento inicial é semelhante ao da sepse precoce, com penicilina ou ampicilina em combinação com gentamicina.

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Prevenção da Sepse Neonatal

A prevenção é um aspecto crucial no manejo da sepse neonatal, e várias medidas podem ser adotadas para reduzir o risco de infecção, tais como:

  • Profilaxia intraparto: Mulheres com fatores de risco, como colonização por estreptococo do grupo B, devem receber antibióticos durante o trabalho de parto para reduzir a transmissão ao neonato.
  • Cuidados adequados no pré-natal: O acompanhamento pré-natal adequado reduz significativamente o risco de complicações durante o parto, como infecções maternas que podem afetar o bebê.
  • Atenção no ambiente hospitalar: Evitar procedimentos invasivos desnecessários e garantir um ambiente livre de infecções hospitalares são medidas importantes para prevenir a sepse neonatal

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