A tecnologia vestível tem um desafio constante: ela precisa ser funcional, mas também precisa ser… usável. Queremos que ela se integre à nossa vida e, para muitos de nós, ao nosso estilo. As tatuagens eletrônicas, por sua natureza, ficam na nossa pele, visíveis. Então, a pergunta que muitos Azoners estilosos já estão fazendo é: ‘Eu vou poder escolher o desenho?’ A resposta curta é: sim, o futuro é customizável. Mas como conciliar a estética de um design com a necessidade técnica de um circuito eletrônico? Vamos explorar as possibilidades.
O desafio: o circuito precisa funcionar
Um sensor de glicose, por exemplo, não é um desenho aleatório. Ele tem uma arquitetura específica. Tem os eletrodos que fazem a medição, as trilhas que levam a energia e os dados… cada parte tem uma função. Mudar o formato ou a posição desses componentes pode afetar a precisão e a eficácia do sensor. Então, não podemos simplesmente ‘imprimir’ a eletrônica no formato de uma borboleta e esperar que funcione perfeitamente. O desafio é integrar a arte ao redor da ciência, sem atrapalhá-la.
Abordagem 1: A arte como ‘moldura’
A solução mais simples e que provavelmente veremos primeiro no mercado é a do design como uma moldura. Pense no seguinte:
- O núcleo funcional: O coração da tattoo-sensor, com os eletrodos e componentes essenciais, mantém um formato otimizado e padronizado. Essa parte é ‘intocável’ para garantir a precisão médica.
- A periferia customizável: Ao redor desse núcleo funcional, as trilhas condutoras que se conectam ao transmissor podem ser desenhadas de formas artísticas. Essas trilhas podem se transformar nos contornos de uma flor, em padrões geométricos ou em linhas abstratas.
Dessa forma, a parte científica fica preservada, enquanto a parte ‘visível’ se torna uma tela para a expressão pessoal.
Abordagem 2: Eletrônica ‘invisível’
E se a própria eletrônica se tornasse quase invisível? Os avanços em materiais como o grafeno e os polímeros transparentes abrem uma porta para essa possibilidade. Imagine uma tattoo-sensor onde os circuitos são completamente transparentes. Isso permitiria a aplicação de uma tatuagem temporária colorida e artística (como as que já conhecemos) por cima do sensor funcional. A eletrônica estaria lá, trabalhando em silêncio por baixo, e o design que o mundo vê seria totalmente livre e customizável.
A tatuagem como joia
Outra vertente interessante é o uso de materiais como o ouro e a prata, que já são usados nos circuitos por sua excelente condutividade e biocompatibilidade. Em vez de esconder, o design pode celebrar a tecnologia, transformando os circuitos em algo que se parece com uma joia de pele, com padrões elegantes e metálicos. Já existem protótipos que parecem pulseiras ou braceletes delicados desenhados diretamente no corpo.
O futuro é co-criado
O mais provável é que vejamos uma combinação de todas essas abordagens. As empresas de tecnologia médica poderão oferecer um ‘cardápio’ de designs pré-aprovados que já foram testados para não interferir na função. Ou, quem sabe, aplicativos onde você possa fazer o upload de um design e um algoritmo inteligente o adapte, integrando o circuito necessário de forma otimizada.
A era da medicina ‘tamanho único’ está acabando. A personalização é a chave, e isso inclui a aparência dos dispositivos que nos ajudam a cuidar da nossa saúde. A tatuagem eletrônica é a tela perfeita para essa fusão entre saúde, tecnologia e identidade. Quer saber mais sobre a tecnologia que permite tudo isso? Nosso post pilar sobre o assunto te dá a base completa.
