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Tratamento da Hipertensão Arterial (HAS): Um Guia Completo para a Residência Médica

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Índice

A hipertensão arterial (HAS) é uma das condições mais prevalentes no cenário médico atual, afetando uma grande parte da população mundial. Além de ser uma das doenças mais comuns, a hipertensão também é a principal causa de complicações graves, como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal crônica. Portanto, seu tratamento adequado é essencial não apenas para o controle da pressão arterial, mas também para a prevenção de doenças secundárias que podem comprometer a qualidade de vida e a longevidade dos pacientes. Para os estudantes de medicina e médicos recém-formados, entender as diretrizes atuais sobre o manejo da hipertensão é vital, tanto para provas de residência quanto para a prática clínica.

A hipertensão é uma das condições mais prevalentes no cenário médico atual, afetando uma grande parte da população mundial. Além de ser uma das doenças mais comuns, a hipertensão também é a principal causa de complicações graves, como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal crônica. Portanto, seu tratamento adequado é essencial não apenas para o controle da pressão arterial, mas também para a prevenção de doenças secundárias que podem comprometer a qualidade de vida e a longevidade dos pacientes. Para os estudantes de medicina, entender as diretrizes atuais sobre o manejo da hipertensão é vital, tanto para provas de residência quanto para a prática clínica.

HAS: Dica do Azono Med para relembrar o diagnóstico correto.

Classificação da Hipertensão

A hipertensão é classificada conforme a pressão arterial (PA), que é medida com base na pressão sistólica (PS) e na pressão diastólica (PD). A classificação segue os critérios do American College of Cardiology (ACC) e da American Heart Association (AHA), conforme abaixo:

  • Hipertensão Normal: PS < 120 mmHg e PD < 80 mmHg
  • Pré-Hipertensão: PS de 120-129 mmHg e PD < 80 mmHg
  • Hipertensão Estágio 1: PS de 130-139 mmHg ou PD de 80-89 mmHg
  • Hipertensão Estágio 2: PS ≥ 140 mmHg ou PD ≥ 90 mmHg
  • Hipertensão Grave (crise hipertensiva): PS ≥ 180 mmHg ou PD ≥ 120 mmHg

Essa classificação ajuda na decisão de quando iniciar o tratamento medicamentoso, e a intervenção precoce pode prevenir complicações mais graves. No tratamento da hipertensão, os objetivos são reduzir a pressão arterial para níveis mais seguros e prevenir danos a órgãos-alvo, como o coração, cérebro e rins.


Tratamento Inicial da Hipertensão: Abordagem Baseada em Medicações

A abordagem farmacológica inicial para o tratamento da hipertensão muitas vezes envolve o uso de medicações que atuam em diferentes mecanismos fisiopatológicos para diminuir a pressão arterial. A escolha das medicações depende de fatores como o estágio da hipertensão, presença de comorbidades e as características individuais do paciente.

Medicações de Primeira Linha

As diretrizes recomendam o uso de duas classes de medicamentos como opções iniciais de tratamento em hipertensão estágio 1 ou estágio 2, especialmente quando há risco aumentado de lesão de órgãos-alvo. Isso é feito para evitar que o paciente atinja a dose máxima de um único fármaco e para reduzir a chance de efeitos adversos graves. As classes de medicamentos de primeira linha incluem:

  1. Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA):

    • Exemplo: Enalapril, Ramipril, Captopril
    • Mecanismo de Ação: Bloqueiam a enzima conversora de angiotensina (ECA), impedindo a conversão de angiotensina I em angiotensina II, um potente vasoconstritor. Isso resulta na dilatação dos vasos sanguíneos, o que diminui a pressão arterial.
    • Efeitos Adversos: Tosse seca crônica (devido ao aumento de bradicina) e angioedema (inchaço súbito na face, lábios e vias aéreas).
    • Indicação: Os IECAs são particularmente eficazes em pacientes com insuficiência renal ou diabetes, pois têm efeitos benéficos sobre a função renal.

  2. Bloqueadores dos Receptores de Angiotensina II (BRA):

    • Exemplo: Losartana, Valsartana, Irbesartana
    • Mecanismo de Ação: Impedem que a angiotensina II se ligue aos seus receptores, bloqueando seus efeitos vasoconstritores e promovendo vasodilatação.
    • Efeitos Adversos: Menos efeitos adversos em comparação aos IECAs. Não causam tosse, mas podem levar a hipercalemia (aumento de potássio no sangue) e deterioração da função renal em pacientes com estenose de artéria renal.
    • Indicação: Ideal para pacientes que não toleram os IECAs, especialmente devido à tosse.

  3. Bloqueadores de Canal de Cálcio:

    • Exemplo: Amlodipina, Diltiazem, Verapamil
    • Mecanismo de Ação: Bloqueiam os canais de cálcio nas células musculares lisas vasculares, causando relaxamento muscular e vasodilatação. Isso resulta em uma redução da resistência vascular periférica.
    • Efeitos Adversos: Edema periférico (inchaço nas extremidades), cefaleia e tontura.
    • Indicação: São especialmente úteis em pacientes com angina ou hipertensão com síndrome metabólica.

  4. Diuréticos Tiazídicos:

    • Exemplo: Hidroclorotiazida, Clortalidona, Indapamida
    • Mecanismo de Ação: Aumentam a excreção de sódio e água pelos rins, reduzindo o volume sanguíneo e, consequentemente, a pressão arterial.
    • Efeitos Adversos: Hipocalemia (baixo nível de potássio), hiponatremia (baixo nível de sódio), hiperglicemia (aumento de glicose no sangue), dislipidemia e disfunção erétil.
    • Indicação: Muito eficazes como monoterapia ou em combinação com outras classes de medicamentos. Contudo, devem ser usados com cautela em pacientes com diabetes, gota ou insuficiência renal.

Por que usar duas medicações de primeira linha?

O principal objetivo de combinar duas medicações de primeira linha é melhorar o controle da pressão arterial sem precisar aumentar a dose de uma única medicação, o que pode aumentar o risco de efeitos adversos. Além disso, algumas combinações podem atuar em diferentes mecanismos fisiopatológicos que contribuem para a hipertensão, proporcionando um controle mais eficaz.


Efeitos Adversos e Monitoramento de Pacientes Hipertensos

Os efeitos adversos das medicações antihipertensivas devem ser monitorados de perto para evitar complicações. Alguns dos efeitos adversos mais comuns e suas consequências incluem:

  1. Tiazídicos:

    • Podem levar a hipocalemia (baixa de potássio), o que pode causar arritmias cardíacas.
    • Hiperglicemia e hiperlipidemia são também efeitos importantes a serem monitorados, especialmente em pacientes com risco de diabetes ou síndrome metabólica.

  2. IECAs:

    • Tosse seca persistente devido ao aumento de bradicina.
    • O angioedema é um efeito grave, com risco de obstrução das vias respiratórias.

  3. Bloqueadores de Canal de Cálcio:

    • Edema periférico é um dos efeitos adversos mais comuns, especialmente com a amlodipina, e pode ser desconfortável para o paciente.
    • Tonturas e cefaleia também são comuns, principalmente no início do tratamento.


Hipertensão Resistente: Quando e Como Tratar

A hipertensão resistente é definida como a incapacidade de controlar a pressão arterial, apesar do uso de três medicações antihipertensivas, sendo uma delas um diurético. Para pacientes com hipertensão resistente, as opções incluem:

  1. Adicionar uma quarta medicação:

    • Espironolactona: Bloqueia a aldosterona, que pode contribuir para a retenção de sódio e água, ajudando a reduzir a pressão arterial.

  2. Verificar a adesão ao tratamento: Muitos pacientes com hipertensão resistente não seguem corretamente as orientações do tratamento. A verificação de adesão é um passo crucial.
  3. Investigar causas secundárias: Hipertensão secundária pode ser provocada por doenças como hiperaldosteronismo, síndrome de Cushing, feocromocitoma, entre outras condições.


 

O tratamento da hipertensão é uma parte fundamental da medicina clínica, especialmente considerando que a condição é um fator de risco para várias doenças graves. Os médicos, especialmente os estudantes de medicina, precisam entender não apenas as terapias farmacológicas, mas também os efeitos adversos, interações medicamentosas e como adaptar o tratamento às necessidades individuais dos pacientes.

É importante também lembrar que a hipertensão é uma condição crônica que requer monitoramento contínuo. O objetivo é garantir que a pressão arterial do paciente seja controlada de maneira eficaz, minimizando os riscos de complicações a longo prazo.

Ao combinar uma abordagem empática com um conhecimento sólido sobre os medicamentos e as práticas clínicas, o médico será capaz de oferecer um tratamento de qualidade e melhorar a qualidade de vida de seus pacientes hipertensos.

Leia este artigo: https://journal.einstein.br/pt-br/article/hipertensao-arterial-em-pacientes-internados-em-clinica-medica-de-hospital-universitario-avaliacao-pos-alta-por-contato-telefonico/

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